Saturday, November 27, 2010

GALERIA MARZ . LISBOA . IVAN GRUBANOV


HAUNTING MEMORY
IVAN GRUBANOV

Inauguração: Sáb, 13 Novembro, das 18h às 21h
14 Novembro - 30 Dezembro 2010
Qua a Sáb das 12 às 20h, Dom das 14 às 20
www.marz.biz

TEXTO OFICIAL DA GALERIA MARZ SOBRE A MOSTRA HUNTING MEMORY

A pintura e a instalação de Ivan Grubanov apresentam um novo entendimento sobre a pintura ‘histórica’ e um novo olhar sobre o ‘memorial’ na arte. Ivan Grubanov considera o acto de pintar uma ‘intervenção no histórico’, aludindo, com isto, à ideia do pintor como um documentador, e à forma como a pintura cede as suas imagens à história. Declarando a inseparabilidade da estética e da semântica, Grubanov reflecte sobre a ‘responsabilidade’ do artista na medida em que procura incorporar os seus sujeitos, trabalhando frequentemente sob o pseudónimo ‘O Pintor Malévalo’ (The Evil Painter).

Em ‘Hauting Memory’, Grubanov utiliza o contexto da Trienal de Arquitectura de Lisboa para associar dois corpos de trabalho. Com uma forte carga emocional, o diaporama ‘Study of My Father, a Relation to the Origin’ justapõe imagens do pai do artista com imagens do edifício da antiga sede militar sérvia, demolida nos ataques aéreos da NATO em 1999. O esqueleto deste edifício mantém-se erguido no centro de Belgrado, como um monumento visceral, não-oficial, simbolizando as várias épocas de construção e desconstrução da identidade histórica local.

As imagens deste mesmo edifício formam o ponto de partida para uma série de trabalhos inéditos, a ser apresentado pela primeira vez na MARZ – Galeria em Lisboa. Nestes polípticos, Grubanov utiliza fotografias documentais, telas monocromáticas e pinturas intervencionadas, cujas superfícies são raspadas e calcinadas, e que o próprio refere como gravações ou inscrições. Trata-se de um outro questionamento da pintura como ferramenta de reprodução. Neste caso, Grubanov adopta a pintura como um acto performativo de recriação de momentos de ruína. As peças resultantes possuem uma presença forte, monumental, e uma aparência quase documental, de provas produzidas pelo artista no âmbito de um processo judicial abstracto e obscuro. Um indício poderá estar numa declaração anterior, feita pelo próprio: as narrativas estabelecidas pela minha prática devem ser consideradas como uma instituição paralela à história a que pertenço. ‘Instituição paralela’, na sua acepção política, que significa uma tentativa não institucionalizada e política de criação de uma verdadeira alternativa, de uma autoridade ilegítima.

Ivan Grubanov nasceu em 1976 em Belgrado. Formado em Pintura pela Academia de Belas Artes de Belgrado, participou na residência artística do Rijksakademie van beeldende kunsten em Amesterdão entre 2002 e 2003, e concluiu um ano de residência no Delfina Studios em Londres entre 2005 e 2006. Em 2008, foi-lhe atribuída a bolsa de estudo da Casa de Velázquez em Madrid. Das suas exposições individuais destacam-se: Loock Galerie, Berlim (2010); Laboratorio 987, MUSAC, León (2008); Le Grand Café Centre d’Art Contemporain, St. Nazaire; galeria do Centro Cultural de Belgrado, Belgrado (2007); Nogueras Blanchard, Barcelona (2006); Salão do Museu de Arte Contemporânea em Belgrado, Belgrado; Stroom Center for Contemporary Art, Haia (2005); Ron Mandos Galerie, Roterdão (2004).

Destacam-se das exposições colectivas em que participou: Witte de With, Roterdão; Museu Colecção Berardo, Lisboa (2010); CityGallery, Praga (2009); 3rd Bucharest Biennial of Young Artists, Bucareste; Institute for Contemporary Art and Thought, Atenas; Museo d'Arte Contemporanea Sannio, Benevento; Henie Onstad Art Center, Oslo (2008); 10th Istanbul Biennial, Istambul; 1st Thessaloniki Biennial, Thessaloniki; Stedelijk Museum CS, Amesterdão; SMART Project Space, Amesterdão; Forum Stadpark, Graz; Office Baroque Gallery, Antuérpia (2007); Drawing Center, Nova Iorque; Apex Art, Nova Iorque; Kunsthalle, Berna; South London Gallery, Londres; Blackwood Gallery, Mississauga; Moderna Galerija, Liubliana (2006); Extra City, Antuérpia (2005); De Appel, Amesterdão (2004).









A publicação deste post, e também de outras postagens sobre a arte contemporânea no cenário de Lisboa, é parte das atividades de Nicholas Petrus no registro e divulgação da arte contemporânea de Portugal para o projeto Panorama Brasil em Movimento.

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